![]()
30 NIPPON COUNTRY CLUB 60 ANOS
omecei a minha trajetória no Nippon
como um simples associado em 1973,
primordialmente para jogar tênis. Na
verdade, comecei a frequentá-lo mais
assiduamente após o nascimento do
Claudio, meu primeiro filho, aproveitando
os quiosques, as áreas verdes e as piscinas.
Quatro anos depois, nasceu a minha filha
Cynthia, e juntos, passamos muitos finais de
semana, aproveitando as piscinas e as
quadras esportivas.
Naquela época, mesmo com uma
infraestrutura menor, o Nippon já tinha
uma atratividade grande, por ser um clube
de campo, com muito verde, segurança e
atividades esportivas e sociais. Habitual-
mente, aos domingos, fazíamos aquele
programa mais familiar. Eu jogava tênis e fiz
muitas amizades no departamento. Emiko
praticava vôlei com as amigas. E nós revezá-
vamos para cuidar e brincar com as crian-
ças. E foi assim que usufruímos do Nippon
na primeira fase como associados.
Como jogador de tênis, fui um dos primei-
ros nikkeis a chegar à primeira classe da
Federação Paulista. Gostava de competir e
conquistei muitos títulos nos campeonatos
da federação e da comunidade nikkei,
individualmente e por equipes, represen-
tando o nosso clube. Tive o privilégio e a
sorte de fazer parte de uma equipe vence-
dora, formada inicialmente por Keiji
Yamamoto, Lauro Otsuka, Valdemar Satake,
Olímpio Okada, Rui Narazaki e depois por
muitos outros tais como Jorge Ishikawa,
Rafael Karazawa e Roberto Yokoi.
O tênis, por minha influência, acabou
sendo o esporte de toda a família. A Emiko,
depois do vôlei, adotou o esporte. O
Cláudio, após uma trajetória vitoriosa na
natação competindo pelo Clube Atlético
Paulistano, também treinou o tênis compe-
titivamente por vários anos, participando
de inúmeros torneios infanto-juvenis
dentro e fora do país. A Cynthia também
praticou o tênis durante toda sua infância
e juventude.
Foi com o tênis também que tive a minha
primeira experiência como dirigente no
clube. Havia uma certa insatisfação na
época com a forma que o departamento
era administrado. Liderado pelo amigo e
tenista Álvaro Yamakawa, começamos a nos
reunir e discutir qual seria a melhor forma
para o departamento melhorar a sua
gestão. Daí nasceu em novembro de 1989 a
primeira diretoria do departamento, com o
Álvaro como presidente do Conselho e eu
como diretor. Éramos um grupo de cerca
de 50 pessoas, muito unido, constituído de
empresários, profissionais liberais e comer-
ciantes.
Com essa primeira diretoria, conseguimos
dar um salto em qualidade na gestão.
Estruturamos administrativamente o depar-
tamento com novos sistemas e controles,
instituímos o ranking por quadras, e os
torneios internos e abertos. Além disso,
incentivamos as crianças a participarem da
Clínica de Tênis e os jogadores a disputa-
rem os torneios fora do clube. Assim, o
Nippon passou a ser conhecido e reconhe-
cido como um clube de destaque e com
atletas de ponta.
Também conseguimos recursos para
iluminar as duas primeiras quadras e, com
isso, convencemos a diretoria a abrir o
clube no período da noite. O Departamen-
to de Tênis transformou-se rapidamente
em um "benchmarking" dentro do clube,
servindo de referência para a organização
de outros departamentos.
Quando assumi como diretor do Departa-
mento de Tênis não tinha a menor preten-
são de um dia fazer parte da diretoria
central. Tornar-me presidente, então,
estava totalmente fora dos planos. O
objetivo era ter o nosso espaço do tênis
bem administrado e conservado. Mas em
2004, até em razão do trabalho que execu-
tamos no tênis, fui convidado pelo presiden-
te Sadao Kayano a assumir a Diretoria de
Esportes (Diresp), com o desafio de unir
todos os departamentos em torno de
objetivos comuns.
Cada departamento tinha surgido de forma
isolada e era necessário que a Diresp, que
coordenava todas as áreas, fizesse esse
trabalho de união. O resultado culminou na
criação do Torneio Nippon Intercolonial
Poliesportivo, com a participação de prati-
camente todos os departamentos. Reuni-
mos, na ocasião, mais de 1,5 mil atletas de
35 agremiações de todo o país, com dispu-
tas de tênis de campo, basquete, futebol,
futsal, handebol, softbol, tênis de mesa e
voleibol.
Em abril de 2009, veio então a maior missão
que tive e tenho no Nippon: assumir a
presidência desse clube grandioso. A
responsabilidade era enorme, pois ia
suceder dois presidentes empreendedores
e competentes, que realizaram uma gestão
de grande sucesso, trazendo o Clube a uma
grande projeção no meio clubístico. O
Nippon não seria o que é hoje se não fosse
pelo empreendedorismo, competência e a
coragem do nosso fundador Katsuzo
Yamamoto, algo que não é muito típico do
oriental, normalmente mais conhecido pela
sua prudência e menor ousadia.
Nosso segundo presidente, Sadao Kayano,
também, com uma visão empreendedora
aliada à sua experiência como homem de
negócios, teve uma gestão por 16 anos,
competente e transformadora. As grandes
obras que o Nippon fez durante sua gestão
foram fruto da sua experiência na área de
“Para se obter uma
boa gestão, é
imprescindível a
formação de uma
boa equipe, e nisso
eu tive muita sorte
em toda minha
vida profissional,
seja nas empresas
em que trabalhei,
seja no clube”
Ousadia e necessidade em espaço para os jovens
Valter Takeo Sassaki
C